Acervo, Rio de Janeiro, v. 35, n. 1, jan./abr. 2022

Perspectivas em humanidades digitais | Artigos livres

Recortes temáticos e espaciais de trabalhos de conclusão do curso de história da Universidade do Vale do Paraíba – Univap (1991-2018)

Thematic and spatial profiles from the final papers of the school of history at the Universidade do Vale do Paraíba – Univap (1991-2018) / Recortes temáticos y espaciales de los proyectos de grado para la facultad de historia de la Universidade do Vale do Paraíba – Univap (1991-2018)

Maria Helena Alves da Silva

Doutoranda em Planejamento Urbano e Regional na Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Gestora de documentos no Centro de História e Memória da Univap, Brasil. 

maria.42246@yahoo.com.br

Maria Aparecida Chaves Ribeiro Papali

Doutora em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora dos cursos de licenciatura em História e Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Univap, Brasil.

papali@univap.com.br

Valéria Regina Zanetti

Doutora em História Social pela PUC-SP. Professora dos cursos de licenciatura em História e Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Univap, Brasil.

vzanetti@univap.com.br

Resumo

Este trabalho, de caráter quanti-qualitativo, tem como objetivo apresentar um relato das experiências de preservação digital dos temas e recortes espaciais dos trabalhos de conclusão do curso de história da Universidade do Vale do Paraíba. Além do mapeamento quantitativo dos temas de interesse, esta pesquisa revela a trajetória do curso por meio de suas próprias pesquisas acadêmicas.

Palavras-chave: história; trabalho de conclusão de curso; Universidade do Vale do Paraíba; recorte espacial.

Abstract

This work, of a quantitative-qualitative character, aims to present a report of the digital preservation experiences of themes and spatial profiles from the final papers of the school of history at the Universidade do Vale do Paraíba. In addition to the quantitative mapping of the topics of interest, this research revealed the course’s trajectory using its own academic research.

Keywords: history; final paper; Universidade do Vale do Paraíba; spatial profile.

Resumen

Este trabajo, de carácter cuantitativo-cualitativo, tiene como objetivo presentar un informe de las experiencias de preservación digital de temas y recortes espaciales de los proyectos de grado para la facultad de historia de la Universidade do Vale do Paraíba. Además del mapeo cuantitativo de los temas de interés, esta investigación reveló la trayectoria del curso por medio de su propia investigación académica.

Palabras clave: historia; proyecto de grado; Universidade do Vale do Paraíba; recorte espacial.

Introdução

Em 1963, foi criada, na cidade de São José dos Campos, estado de São Paulo, a Fundação Valeparaibana de Ensino (FVE), com o objetivo de criar e manter cursos de ensino primário, técnico e superior no Vale do Paraíba. Até o final dessa década, a FVE tinha em seu conglomerado cinco faculdades com nove cursos: a Faculdade de Direito; a Faculdade de Engenharia de São José dos Campos (engenharia civil, engenharia elétrica e eletrotécnica); a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (arquitetura e urbanismo); a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas (ciências econômicas) e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (pedagogia, letras e história).

Em 1992, por meio da portaria MEC n. 510, de 1º de abril de 1992, foi autorizada a criação da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), de caráter comunitário, que reuniria, em seu novo campus, no bairro Urbanova, em São José dos Campos, todos os cursos superiores mantidos pela FVE, englobando as cinco faculdades e os seus 34 cursos de graduação na modalidade bacharelado e licenciatura e, ainda, três cursos de tecnólogos.


Tabela 1 – Faculdade de Ciências da Saúde1

Curso

Bacharelado

Licenciatura

Tecnólogo

Biomedicina

X

Enfermagem

X

Estética

X

Fisioterapia

X

Medicina Veterinária

X

Nutrição

X

Odontologia

X

Serviço Social

X


Tabela 2 – Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo

Curso

Bacharelado

Licenciatura

Tecnólogo

Arquitetura e Urbanismo

X

Engenharia Aeronáutica e Espaço

X

Engenharia Agronômica

X

Engenharia Ambiental e Sanitária

X

Engenharia Biomédica

X

Engenharia Civil

X

Engenharia da Computação

X

Engenharia da Produção

X

Engenharia Elétrica

X

Engenharia Mecânica

X

Engenharia Química

X


Tabela 3 – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Comunicação

Curso

Bacharelado

Licenciatura

Tecnólogo

Administração

X

Ciências Contábeis

X

Design de Moda

X

Fotografia

X

Gastronomia

X

Jornalismo

X

Publicidade e Propaganda

X

Rádio e TV

X


Tabela 4 – Faculdade de Direito

Curso

Bacharelado

Licenciatura

Tecnólogo

Direito

X


Tabela 5 – Faculdade de Educação e Artes

Curso

Bacharelado

Licenciatura

Tecnólogo

Artes Visuais

X

Artes e Mídias Digitais

X

Ciências Biológicas

X

X

Educação Física

X

X

Geografia

X

História

X

Pedagogia

X

Psicologia

X

Química

X



Em 2011, foi criado o Centro de História & Memória (Cehvap) da Univap,2 com o objetivo de reunir, catalogar, higienizar e disponibilizar aos públicos interno e externo toda a documentação histórica envolvendo a criação da universidade e de sua mantenedora, a Fundação Valeparaibana de Ensino.

Além da documentação administrativa, o Cehvap tem se preocupado em permitir que o público em geral tenha acesso aos trabalhos de conclusão dos cursos das cinco faculdades supracitadas que integram essa universidade, contribuindo para a disponibilização de acervos do início do século XX, quando não se vivia sob o domínio da internet e de suas ferramentas virtuais.

As universidades, quando incorporam a constituição de acervos que propõem guardar sua própria história e memória, o fazem sabendo da contribuição e da devolutiva social que tais experiências significam. Segundo Maria Juliana Nunes da Silva e Ivana Parrela (2020, p. 214),

o patrimônio documental e a memória preservada da universidade trazem à mostra não só o resgate das ações registradas para cumprir suas funções, mas torna acessível a prestação de contas do que foi investido em termos de recursos financeiros com a instituição por meio dos seus produtos, trazem à tona a evolução dos resultados em termos de conhecimento, formação, pesquisa e acesso à informação para a sociedade.

A Universidade do Vale do Paraíba (Univap), como universidade comunitária, tem o dever de responder à demanda social, e o Cehvap, como centro de memória, cumpre seu papel social ao divulgar não só a história da própria instituição, como também sua produção intelectual, prática comum de muitas universidades.

O compartilhamento de pesquisas e de dados de pesquisa vem se tornando cada vez mais usual à medida que a tecnologia avança, estimulando o conceito de ciência aberta, situação em que o compartilhamento de dados de pesquisa contribui para o avanço da ciência (Jorge, 2018, p. 417). Para Franciele Simon Carpes e Daniel Flores (2013, p. 13), “o arquivo universitário é um custodiador da memória institucional, pois preserva o patrimônio documental da universidade”. A contribuição dos centros de memória institucional transcende o interesse restrito da própria universidade, pois esses centros alojam acervos com uma gama de documentação, dados e informações com potencial de abrir horizontes para outras pesquisas.

O centro de memória universitário compartilha dados e pesquisas científicas que se aplicam a todas as áreas do conhecimento. A possibilidade de digitalização e a disponibilização desse patrimônio documental têm contribuído para que pesquisadores tenham acesso a novas fontes. À medida que os recursos tecnológicos digitais se ampliam, o acesso ao conhecimento e aos dados de pesquisa corrobora a intensificação do conceito de ciência aberta. Segundo Sayão e Sales (2014, p. 77),

a declaração de Berlim sobre o Acesso Aberto ao Conhecimento em Ciências e Humanidades, publicada em 2003, amplia as fronteiras do movimento de livre acesso ao explicitar o que se compreende por contribuições de acesso livre. O documento declara que essas contribuições incluem resultados de pesquisas científicas originais, dados brutos (dados não processados) e metadados, fontes originais, representações digitais de materiais pictóricos e gráficos, além de material acadêmico.

A digitalização e a disponibilização de pesquisas e fontes têm se constituído num alento aos pesquisadores, segundo Mariana Flores (2015, p. 245):

Cada vez mais as pesquisas históricas são feitas a partir de volumes imensos de fontes. Outra modificação colocada ao fazer historiográfico pelo uso da tecnologia refere-se ao fato de que a capacidade de coletar o maior número de documentos possível deixou de ser um mérito de determinadas pesquisas, visto que o recurso de “cópia” de documentos através da fotografia digital, expediente [a] que todo e qualquer historiador pode recorrer, permite recolher quantidades impressionantes de documentos em pouco tempo.

Em março de 2019, a equipe do Cehvap iniciou o processo de digitalização dos trabalhos de conclusão de curso (TCC) dos cursos técnicos, de graduação e de pós-graduação da instituição. Esse acervo é composto de material impresso e digital e está em processo de digitalização com o objetivo de divulgar a rica documentação produzida nas últimas décadas, geralmente restrita ao âmbito acadêmico.

Neste artigo, centraremos a discussão na análise quanti-qualitativa dos TCCs do curso de história, a fim de mapear os recortes espaciais e temáticos, levando em consideração as demandas contextuais dessa produção. Foram utilizados, como fonte de estudo, 295 trabalhos de conclusão do curso de história, produzidos entre os anos de 1991 e 2018. O recorte temporal se justifica pelo fato de ter sido, em 1991, instituída a obrigatoriedade da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso nos cursos superiores pelo Ministério da Educação (MEC). O ano de 2018 foi estabelecido como limite da pesquisa, pois foi a partir desse período que a biblioteca da Univap passou a solicitar os trabalhos no formato digital, com a entrega de CD-ROM, tornando desnecessária a digitalização da cópia do trabalho físico.

Por meio da análise quantitativa, foi feito um levantamento dos TCCs constantes no arquivo do Centro de História & Memória da Univap. Os descritores contidos nos TCCs, elementos que nortearam a organização da pesquisa, foram retirados do título e do resumo de cada obra. Esse rastreamento nos permitiu identificar o recorte espacial escolhido (cidade, estado ou país) e a delimitação da linha de pesquisa.

Importância da arquivologia para análise da memória

Em 1967, foi autorizada pelo Ministério da Educação e Cultura, decreto n. 60.554, a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em São José dos Campos, abarcando os cursos de história, pedagogia e letras. Composta por 17 alunos, a primeira turma do curso de história se formou em 1971, entretanto o reconhecimento da faculdade se deu apenas no ano seguinte, por meio do decreto n. 70.360, de 4 de abril de 1972, assinado pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici. Funcionando anos no conhecido “largo das Letras”, no campus Paraibuna da FVE, o curso, juntamente com outros, foi transferido para o recém-criado campus Urbanova, na mesma cidade. Até o ano de 2018, o curso de história da Univap chegou a formar 988 alunos em licenciatura.

Quando o curso de história foi criado, não havia a obrigatoriedade, no final da graduação, da realização do trabalho de conclusão de curso. Essa disciplina somente passou a constar do seu plano pedagógico em 1991, quando o Plano Nacional de Educação exigiu a inclusão na sua formação superior. O TCC consiste em um trabalho de pesquisa que, embora não seja obrigatório em algumas universidades, é uma etapa de suma importância para a formação do aluno. A pesquisa científica representa não apenas um exercício acadêmico, como também um indicador da qualidade institucional, cuja função é avaliar o domínio do corpo discente sobre o conhecimento técnico e científico adquirido ao longo do curso. O desenvolvimento da pesquisa se inicia com a escolha de um tema e envolve etapas definidas pelo pesquisador, que geralmente seleciona um problema ou tema de pesquisa com base na afinidade ou nos questionamentos em relação ao seu objeto de análise (Spindola et al., 2011, p. 611).

A construção, o desenvolvimento e a apresentação do TCC são etapas importantes para a formação dos discentes. A escolha dos temas e as abordagens têm relação com as reflexões impostas pelo momento histórico. Ao longo do processo formativo, os docentes escolhem temas que lhe causam mais inquietação, afinidade e questionamentos (Faustino, 2018, p. 1). O trabalho final de curso é feito sob a orientação de um professor especializado e é apresentado e defendido perante uma banca examinadora, geralmente composta pelo orientador e dois professores. Não se espera que o TCC tenha resultados inéditos, mas que contenha uma pesquisa exploratória discutida à luz do conteúdo formativo (Perna, 2011, p. 22).

Sobre a importância de revisitarmos nossas próprias produções acadêmicas, Bentivoglio e Santos (2009, p. 3) ressaltam a necessidade “de se fazerem balanços ao longo de uma trajetória marcada por um conjunto considerável de pesquisas que precisam revisitar suas raízes, sua natureza e o sentido que adquirem em determinados contextos”. A análise da produção do curso de história da Univap, criado em meados da década de 1960, nos permitiu perceber, por meio dos descritores dos TCCs, um percurso marcado pelas demandas impostas pelo contexto histórico e pelas linhas de pesquisa dos professores do curso que, por sua vez, estimularam amplas publicações.

O TCC compõe as disciplinas obrigatórias dos cursos da universidade, e o seu formato, a composição da estrutura e as técnicas de apresentação do documento da pesquisa são pautados pelas normas internas da Univap, amparadas pela ABNT. De acordo com as suas normas, são permitidos até três componentes por trabalho. Tendo muitos TCCs até três autorias, foi necessário contabilizar não apenas o número de trabalhos digitalizados, mas também os seus autores. Dessa forma, conforme a Tabela 6, entre 1991 e 2018, a Univap formou 635 alunos no curso de história. Desses, 455 alunos estão listados como autores; os 180 trabalhos restantes provavelmente não foram entregues ou foram emprestados e não devolvidos.


Tabela 6 – TCCs e alunos formados pelo curso de história da Univap

Período

Quantidade de TCCs

Quantidade de autores

Quantidade de alunos formados (licenciatura história)

1991 a 1997

40

72

154

1998 a 2004

71

131

163

2005 a 2011

119

175

177

2012 a 2018

65

77

141

Total

295

455

635

Fonte: elaborado pelas autoras, com base nos dados do Cehvap (2019) e do Departamento de Documentação Acadêmica (DDA).


Com relação aos descritores e aos recortes espaciais dos TCCs, levou-se em consideração o título dos trabalhos; entendendo que “o título deve corresponder, o máximo possível, ao conteúdo da investigação que é apresentada” (Faustino; Ivashita, 2018, p. 6). Nos casos em que o título do trabalho não continha o recorte espacial, procedeu-se à coleta das informações com base em seu resumo, cujo foco consiste em sintetizar o tema, os objetivos e o conteúdo. Os resumos são de grande importância em uma pesquisa científica, pois é a partir deles que o leitor se sentirá instigado ou não a fazer a leitura, além de serem fundamentais no processo de difusão da informação (Cavalheiro, 2018).


Tabela 7 – Recorte espacial dos TCCs do curso de história da Univap

Recorte espacial

Número de TCCs

Aparecida

2

Bahia

2

Bananal

2

Caçapava

3

Cachoeira Paulista

1

Campos do Jordão

1

Caraguatatuba

1

Cruzeiro

2

Guaratinguetá

2

Jacareí

18

Jambeiro

1

Mato Grosso do Sul

1

Minas Gerais

1

Monteiro Lobato

2

Paraibuna

5

Pindamonhangaba

4

Quiririm

1

Redenção da Serra

1

Rio de Janeiro

1

Santa Branca

1

Santa Catarina

1

São Francisco Xavier

1

São José dos Campos

120

São Luiz do Paraitinga

3

São Paulo

1

São Sebastião

1

Taubaté

8

Tremembé

1

Ubatuba

2

Vale do Paraíba

9

Sem localização

88

Outros países

6



Alguns autores já demonstraram que o TCC “sofre influências da instituição de ensino da qual o aluno faz parte” (Spindola et al., 2011, p. 612), uma vez que ele se utiliza das referências teóricas oferecidas nas disciplinas, bem como recebe influências por parte de seus professores e orientadores. Em relação aos TCCs do curso de história produzidos na Univap, é possível observar que a maioria das pesquisas teve como foco o município de São José dos Campos (40% do total), local de funcionamento da universidade, seguido dos interesses pelas cidades próximas, como Paraibuna, Jacareí, Caraguatatuba, Taubaté, entre outras. Certamente, esses recortes espaciais se justificam pela facilidade de acesso às fontes.

Os dados também mostram que uma boa parte dos trabalhos (29%) são temas gerais, sem enquadramentos espaciais, como “história em quadrinhos”, “luta indígena no Brasil”, “imprensa no Brasil” e outros. Outro tema que tem sido de interesse dos discentes é o de cunho biográfico, que foi aqui enquadrado na categoria de trabalhos “sem localização”, pois não tem um recorte espacial bem delimitado. As pesquisas biográficas são aquelas que propõem uma construção da biografia de um indivíduo com uma trajetória pública reconhecida (Rosa; Baraldi, 2015).

Alguns dos TCCs de cunho biográfico tiveram como foco a vida e ações de políticos brasileiros, tais como Jânio Quadros, Pedro Vicente de Azevedo e Domingos José Jaguaribe; de escritores como Valdomiro Silveira, Nina Rodrigues, João Pacífico e Nísia Floresta Brasileira Augusta; de outras personalidades como Antônio Conselheiro, Raul Seixas, Jeca Tatu e Elpídio dos Santos; e de pessoas anônimas, nem por isso menos importantes. Memórias dos pracinhas da região tornaram-se temas de pesquisa e revelaram formas diferenciadas de lembrar a guerra e seus traumas.

O gênero biográfico é antigo no campo da história. Desde a Antiguidade, era utilizado para exaltar feitos de indivíduos ou grupos de indivíduos, cujas ações eram relacionadas à segurança e à afirmação dos territórios, dos reinos e dos impérios. Na Idade Média, a biografia foi utilizada para reforçar as hagiografias medievais, personalidades ligadas ao domínio da Igreja Católica. A biografia exaltadora de personalidades consideradas heroicas manteve-se na Era Moderna. Só era digno de ser biografado aquele a que se atribuía a capacidade de dar sentido à história e de forçar o destino da sociedade.

Na Era Contemporânea, a biografia alcançou estatuto de cientificidade com as propostas renovadoras dos Annales, que abarcam não só o campo metodológico, problematizando as formas de biografar, como também a inclusão de outros sujeitos, os chamados por Bloch (2001) de autores de segunda ordem, tão importantes para a história quanto aqueles que a biografia positivista descritiva elegia como os únicos aptos a serem biografados. No lugar da linearidade factual centrada na cronologia do tempo curto do biografado, passou-se a relacioná-lo ao contexto econômico, político, social, cultural no qual se insere. Nesse sentido, a micro-história favoreceu o gênero e a ampliação das abordagens, com o avanço da história das mentalidades, da história oral e da “história vista de baixo”.

O recorte espacial das pesquisas privilegiou São José dos Campos certamente por ser a cidade-sede da universidade e porque as professoras mais antigas do curso de história mantiveram projetos de pesquisa sobre a cidade e seus arredores, como os estudos das professoras e doutoras em história social: Maria Aparecida Papali (ingressante na faculdade em 1994), com pesquisas voltadas para a temática da escravidão, da pós-abolição e processos de tutela em São José dos Campos, Jacareí e Taubaté; e Valéria Zanetti (ingressante na faculdade em 1996), cujas linhas de pesquisa transitam entre a história da escravidão urbana, saúde, doença, identidade e memória. A professora Ana Enedi Prince (ingressante na faculdade em 2002), doutora em história econômica, desenvolve pesquisas voltadas para o processo de industrialização em São José dos Campos, para a área da educação, da fase sanatorial de São José dos Campos (1930 a 1960) e de Campos do Jordão (1920 a 1950). Como descreveram Papali et al. (2007, p. 101),

temos direcionado os temas de nossas pesquisas para a região do Vale do Paraíba, em especial atenção para a reconstrução histórica e documental da cidade de São José dos Campos. Nesta mesma direção, caminham os trabalhos de conclusão de curso dos alunos de história, em total sintonia com as abordagens historiográficas [...] respondendo às demandas de conhecimento feitas por movimentos sociais. Os temas trabalhados são dos mais variados. Alguns com fontes e abordagens inéditas, outros reforçando resultados historiográficos e apresentando novas perspectivas. Nos meandros dessa história, o passado do Vale do Paraíba, em particular, começa a ser desvendado. Pesquisas desenvolvidas por nossos alunos mostram um Vale com um passado bastante rico.

Os trabalhos de conclusão fornecem dados para novos estudos interdisciplinares, já que, muitas vezes, levantam fontes que, até então, estavam escondidas em instituições de pesquisa em São José dos Campos e nas cidades vizinhas. Alguns desses trabalhos tornaram-se referências importantes e, por conta disso, foram transformados em livros 1500: a invasão do Brasil (editora Cabral, 1996), de autoria do aluno José Bessa da Silva, O poder da misericórdia: a saúde pública e a fundação da Santa Casa de Jacareí de 1850 a 1896 (Scortecci Editor, 2001), da aluna Ana Luíza do Patrocínio, Modernidade e urbanismo sanitário em São José dos Campos (editora Papercom, 2002), dos alunos Ana Maria Santos e Luiz Laerte Soares, Memórias de um prisioneiro de guerra: uma análise histórica da participação do joseense Eliseu de Oliveira na Segunda Guerra Mundial, do aluno Douglas de Almeida, cujo trabalho está disponível no portal da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

A partir de 2010, as professoras Maria Aparecida Papali e Valéria Zanetti, coordenadora principal e membra da equipe, respectivamente, iniciaram um ciclo de desenvolvimento de vários projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com temas voltados ao período da pós-abolição na região do Vale do Paraíba paulista, contemplando principalmente as relações de vida e trabalho de crianças e jovens filhos de ex-escravas da região que foram tutelados por ex-senhores ou “homens de bem” das cidades. Os principais locais trabalhados foram as cidades de São José dos Campos, Jacareí, Taubaté, Pindamonhangaba e Paraibuna. Em todos esses projetos, houve a colaboração de alunos da graduação do curso de história da instituição, que também eram bolsistas da Fapesp. A sua participação representativa resultou na coleta de grande quantidade de fontes, principalmente de tutela de órfãos, que foram digitalizadas e transcritas e, posteriormente, utilizadas para a elaboração dos respectivos TCCs dos discentes.

Muitos dos temas, como estupro, fuga, maus-tratos, exploração do trabalho infantil, negação da maternidade endereçada às ex-escravas que tiveram seus filhos tutelados, foram também abordados nos TCCs que versaram sobre a temática da escravidão e pós-abolição. Tais colaborações foram tão relevantes para a historiografia que algumas delas foram transformadas em capítulos de livros. Um deles se encontra atualmente no prelo da editora Intermeios como produto da coletânea intitulada Escravidão e pós-abolição no Vale do Paraíba paulista, sob a coordenação das professoras Maria Aparecida Papali e Valéria Zanetti.

Entre 2008 e 2014, como resultado das pesquisas realizadas pelo Núcleo de Pesquisa Pró-Memória São José dos Campos, coordenado pelas professoras Maria Aparecida Papali e Valéria Zanetti, foram publicados sete volumes da coleção “São José dos Campos: história & cidade”, livros patrocinados pela Petrobras.3 A coleção, coordenada pelas professoras, contou com a colaboração de alunos do curso de história da Univap e de estagiários do Pró-Memória São José dos Campos, também discentes do curso de história. Em boa medida, grande parte dessas colaborações chegou a permear temas de trabalhos de conclusão de curso e, dada a relevância de muitos deles, foi sugerida a adaptação para se transformarem em capítulos de livros. O volume quatro dessa coleção foi o que mais evidenciou a colaboração de alunos, intitulado Fase sanatorial de São José dos Campos: espaço e doença. Esse volume foi dedicado à população, para que pudesse ter acesso às questões de quando a cidade serviu aos interesses regionais como sanatório de combate à tuberculose, durante boa parte do século XX.4

O projeto pedagógico do curso de história da Univap, voltado para a licenciatura, privilegia a formação do docente em amplas frentes, abrangendo a docência, a pesquisa e a atuação em centros de memória e arquivos. Os alunos têm a possibilidade de atuarem como estagiários no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e no Núcleo de Pesquisa Pró-Memória5 e são incentivados à produção de artigos científicos desde o início do curso.

Como observaram Papali et al. (2007, p. 102), os TCCs de história têm trazido para a cena histórica agentes sociais que antes eram relegados, valorizando a experiência de vida e os saberes de pessoas comuns ou setores da sociedade que haviam sido excluídos da história. Nesse sentido, muitos foram os estudos que deram relevância a personagens anônimos da região, mas que são popularmente marcados no imaginário popular, como o caso da Maria Peregrina, em São José dos Campos. Pouco se sabe da vida dessa mulher, uma vez que não há documentos que comprovem sua existência. No entanto, a sua trajetória povoa o imaginário coletivo, que se apresenta de forma georreferenciada, restrita à região Norte da cidade.

A história da Peregrina e a identidade do bairro de Santana, por onde ela perambulou, se entrecruzam, montando um cenário de perdas e de crises identitárias, quando o bairro deixou de ser referência no setor industrial. O pouco que se sabe é que era uma mulher negra, mineira, que perambulou pelas ruas do bairro de Santana entre 1946 e 1964, um dos mais antigos da cidade, e que acabou se tornando referência local. Essa mulher se lançou à peregrinação depois de desavenças com a mãe, que amaldiçoou o seu futuro. Fortemente presente na cultura popular e na toponímia do bairro, mas com pouca comprovação documental, sua história nomeia cemitério, rua e pontes da região Norte da cidade. Independentemente de Maria Peregrina ter ou não existido, a narrativa construída sobre ela revela os anseios e as dúvidas de uma sociedade em conflito com suas próprias mudanças.

O processo de construção mítica da andarilha foi entendido como uma das respostas da comunidade às demandas do contexto histórico, quando foram perdidas as referências locais como locus da produção industrial na década de 1950, momento em que as indústrias se deslocaram da região Norte da cidade de São José dos Campos para o entorno da rodovia Presidente Dutra, principal via de conexão entre as duas metrópoles nacionais, São Paulo e Rio de Janeiro. A devoção à Peregrina é tamanha que levou ao pedido de canonização, pelas inúmeras graças alcançadas pelos seus devotos. Tema de TCC e de diversos artigos, a história da mulher sem história contribuiu para o estudo interdisciplinar no campo da biografia, da geo-história e da hagiografia.6

Outros temas, como o coronelismo na região, têm motivado as pesquisas. Estudos revelaram que, apesar de o município de São José dos Campos não ter proeminência econômica em fins do século XIX e início do século XX, o fenômeno do coronelismo esteve presente, com destaque para os estudos da força política local do prefeito Coronel João Cursino.

As fontes primárias (processos cíveis, processos criminais, testamentos e inventários) são utilizadas com frequência para a elaboração dos TCCs, uma vez que a universidade tem sido contemplada por agências de pesquisa que financiam a criação de acervos históricos. O fato de os dados de pesquisa e de documentos primários consultados serem anexados ao final do trabalho não só facilita o acesso à documentação, como, em alguns casos, se torna a única fonte possível, dado o desvio do documento ou a sua inacessibilidade no arquivo de origem.

Os testamentos, assim como os inventários, são fontes importantes para análise da cultura material e imaterial, além de revelar comportamentos e formas de viver. A análise do testamento de João da Costa Gomes Leitão, proeminente produtor de café em Jacareí, por exemplo, revelou sua força política e econômica na região, a ponto de desviar um rio no centro da cidade para ampliar seus domínios territoriais. Apenas 2% dos TCCs trataram de outros recortes que não o do Brasil, provavelmente devido à dificuldade de acesso às fontes de pesquisa e à própria influência das microescalas e da história regional e local. No entanto, geralmente, na introdução de seus trabalhos, os autores relacionam o seu tema de estudo ao contexto histórico mundial, estabelecendo relação entre o específico e o geral e vice-versa.

As pesquisas voltadas para a história regional compõem grande parte do número de temas dos TCCs de história. Esse fato é concomitante com a corrente de pensamento que tomou força na década de 1990, que acreditava que a “história totalizante ou universal” era impossível, e que, portanto, as históricas locais ou com recortes regionais centrados em uma área geograficamente limitada deveriam assumir o primeiro plano sem, contudo, ignorar o território ou as áreas superiores nas quais o local estudado pertencia, para não correr o risco de desprezar as intervenções e influências externas (Graça Filho, 2013).

O curso de história da Univap não tem linhas de pesquisa preestabelecidas, uma vez que os temas abordados são aqueles de interesse dos alunos. Então, para classificar os recortes temáticos escolhidos na elaboração dos TCCs, optou-se pela criação de algumas categorias. Os temas são os principais assuntos discutidos em um documento, tornando-se o foco principal do trabalho e o elemento em torno do qual se estrutura o núcleo informativo (Kobashi, 1994, p. 11). Os temas (Tabela 8) foram enquadrados em linhas de pesquisa, definidas pela Capes como “domínio ou núcleo temático da atividade de pesquisa do programa que encerra o desenvolvimento sistemático de trabalhos com objetos ou metodologias comuns”, podendo ser associadas ou não a projetos de pesquisa (Capes, 2014, p. 44).


Tabela 8 – Recorte temático dos TCCs de história da Univap (1991 a 2018)

Linhas de pesquisa

Quantidade de TCCs

Biografia histórica

16

Documentação histórica, iconográfica, material e historiográfica

56

Escravidão e pós-abolição

26

História indígena

8

História local e regional

106

História brasileira

13

História mundial

6

Metodologia e práticas pedagógicas do ensino de história

33

Movimentos sociais

33



Devido à grande quantidade de arquivos e sua distribuição nas diferentes linhas de pesquisa, não foi possível, até o momento, realizar um estudo quantitativo que abarque a recorrência dos temas associados aos contextos históricos das suas produções, nem mesmo foi viável determinar qual o alcance desses trabalhos e quantas pessoas acessaram ou buscaram essas obras. Embora os TCCs estejam catalogados on-line no sítio da biblioteca da Univap, o sistema Pergamum, utilizado pela universidade, não permite a visualização de acessos aos itens pesquisados.

Felgueiras (2011) ressaltou que a atividade e a produção educativa têm valor social e que merecem ser analisadas e recordadas, uma vez que acompanham o desenvolvimento das ciências da educação, estabelecendo uma relação orgânica com a sociedade. O estudo do passado permite que se reconheçam as diversas realidades educativas, e foi com a consciência da importância da conservação das fontes e do seu estudo que o Centro de História & Memória da Univap (Cehvap) passou não apenas a higienizar, digitalizar e catalogar essa documentação educacional, mas também a divulgá-la, para que qualquer pessoa pudesse ter acesso a esses documentos.

De acordo com Felgueiras, não é apenas a necessidade de investigação que leva ao inventário, ao registro e à construção de bases de dados, mas também a necessidade do exercício da cidadania, de preservar os elementos que são capazes de permitir a criação de uma memória coletiva. Para a autora, “conservar e tornar acessíveis as fontes é indispensável à verificação dos trabalhos e interpretações efetuadas, à continuidade de outras análises assim como à manutenção do registro desses testemunhos, como alicerces da memória” (Felgueiras, 2011, p. 76).

No entanto, a grande questão que se impõe são os riscos do ciclo de vida do material digital, ou seja, a sua obsolescência. Para isso, ressaltaram Sayão e Sales (2012, p. 180),

é necessário o estabelecimento de metodologias e compromissos de longo prazo que garantam a capacidade dos dados em formatos digitais, que estão sendo gerados agora, de serem acessados, interpretados e reutilizados com a tecnologia corrente à época do acesso. Portanto, o arquivamento persistente, a preservação digital e o estabelecimento de modelos de informação para a preservação de registros científicos estão se tornando questões-chave para as áreas de pesquisa.

Os autores mencionam a importância da curadoria digital, “que envolve a gestão atuante e a preservação de recursos digitais durante todo o ciclo de vida de interesse do mundo acadêmico e científico, tendo como perspectiva o desafio temporal de atender a gerações atuais e futuros usuários” (Sayão; Sales, 2012, p. 184). Para José Maria Jardim (1995), os arquivos concorrem para sua constante reinvenção “resultante não de uma sistematização racional de um processo produtivo de memórias, mas, antes disso, da incipiente reflexão teórica produzida em relação ao tema no âmbito dessas instituições” (Jardim, 1995, p. 8).

Certamente, a criação, a permanência e a gestão dos arquivos são domínios das dimensões políticas, do significado que se dá aos documentos arquivísticos, cuja atribuição do valor da memória é signatária não só da política de preservação, como também de acesso ao seu acervo. No caso de acervo da produção acadêmica institucional, ela própria carrega a história dos cursos, das pessoas e das múltiplas memórias que circundam o fazer científico.

Considerações finais

Esse estudo, de caráter exploratório e reflexivo, inédito do ponto de vista da memória da produção científica acadêmica, teve como proposta apresentar os temas de TCCs como fonte para análise da trajetória histórica do curso de história da Univap. Por meio do mapeamento dos trabalhos de conclusão de curso, percebeu-se que a produção científica de uma universidade é reflexo dos temas desenvolvidos pelos docentes em suas diferentes formas de atuação: ensino, pesquisa e extensão.

A análise dos temas dos trabalhos de conclusão do curso de história da Univap oferece rico panorama sobre os assuntos de interesse dos discentes nas três últimas décadas.

A história regional tem sido de maior interesse entre os temas dos TCCs. A escolha da microescala é explicada por se admitir que é impossível o alcance da história total ou universal. Nesse sentido, percebe-se a influência da nova história, de cunho francês, na abordagem dos professores da universidade, que entendem que as narrativas locais ou regionais, que fazem parte da micro-história, são micro apenas no recorte da dimensão espacial, mas tão complexas como a narrativa em macroescala. Com esse balanço, foi possível não apenas retratar um dos caminhos percorridos pelos alunos da Univap, como também oferecer subsídios para o futuro da pesquisa no curso. Ao se destacar a falta de pesquisas em outras localidades, espera-se que os alunos pensem em valorizar essas áreas pouco exploradas, e que os docentes orientem futuras pesquisas voltadas para esses outros espaços, silenciados pela historiografia local, mas cheios de histórias a desvendar.

O acervo das pesquisas de uma instituição é importante não só pelo seu potencial técnico e educacional, mas por estar carregado de histórias que permeiam a trajetória do pesquisador, as linhas de pesquisa dos orientadores e as memórias específicas que enquadram e arranjam o passado histórico.

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Recebido em 31/1/2021

Aprovado em 11/5/2021


Notas

1     As Tabelas de 1 a 5, 7 e 8 foram elaboradas pelas autoras, com base nos dados da Univap (2020).

2     O Cehvap foi idealizado pela professora Maria Aparecida Papali, com a colaboração dos professores Valéria Zanetti, Ana Enedi Prince Silva e Cláudio Anésio da Silva.

3     Os livros podem ser acessados no site do Pró-Memória: http://www.camarasjc.sp.gov.br/promemoria/category/livros/.

5     O Pró-Memória é um núcleo de pesquisas sobre a história de São José dos Campos. Está sediado no Laboratório de Pesquisa e Documentação Histórica do Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba. Sua trajetória remonta ao ano de 2003, por iniciativa da Câmara Municipal de São José dos Campos que, por decreto-lei, instituiu o Pró-Memória com parceria entre a Univap, a Câmara Municipal e o Arquivo Municipal e contratou estagiários para alimentar o acervo histórico. Mais detalhes em: www.camarasjc.sp.gov.br/promemoria.

6     Conferir: https://www.scielo.br/j/urbe/a/xYwys3rrZGWnv4YVzqqnkTc/?lang=pt. Acesso em: 8 de abr. 2021.



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